#CineBeco – “Minha Vó era Palhço”

Sinopse : O documentário “Minha avó era palhaço”  conta em 52 minutos a trajetória artística da primeira palhaça negra do Brasil, Maria Eliza Alves dos Reis: “o” palhaço Xamego. A grande atração do Circo Guarany no início da década de 40. A exibição pelo #CIneBeco acontece no domingo, 11/07, às 18h!

Exibição no 13º Festival Circo no Beco: 11/07 – 18h

Ficha Técnica: 
Direção e Roteiro : Mariana Gabriel e Ana Minehira
Produção e pesquisa: Daise Gabriel, Roberto Salim Gabriel e Mariana Gabriel
Direção de Fotografia: Thyago Ribeiro, Rui Ogawa, Rafael Reis e Caio Mancini
Montagem: Paulo Henrique Motta e Guga Pacheco
Finalização: Guga Pacheco
Trilha Sonora: Geórgia Cynara

Racismo, machismo e a longa luta de um palhaço pelo papel principal no espetáculo circense são os assuntos discutidos no documentário “Minha avó era palhaço”, dirigido por Ana Minehira e Mariana Gabriel – esta a neta do palhaço. Xamego, personagem-homem criado pela atriz negra Maria Eliza Alves dos Reis, nas décadas de 1940 a 60, faz parte da história do Circo Guarany, inaugurado no início do século XX pela tradicional família do proprietário João Alves. O palhaço Xamego, cujas apresentações, ao lado do marido Reis, eram anunciadas pelo baião homônimo de Luiz Gonzaga, foi tema do projeto-pesquisa “Xamego, a primeira palhaça negra do Brasil” agraciado pelo Prêmio Caixa Funarte Carequinha de 2014. Com duração de 52 minutos, o filme é resultado de entrevistas, consultas ao acervo do Centro de Memória do Circo, leituras de teses nacionais e internacionais, sites variados e bibliografia de temas relevantes.

Os trabalhos duraram cerca de dois anos, com equipe particularmente envolvida pelo tema deste palhaço-mulher que no camarim amamentava os filhos – teve nove – e, no picadeiro, alegrava e seduzia a plateia, com seus chistes, pilhérias, cachorros e gatos
amestrados e musicais hilários.  Em seis anos de exibições do filme pelo Brasil, a partir da festa de aniversário do palhaço, em março de 2016 no Cine Arte 1, na avenida Paulista, o filme também foi exibido no MIS – Museu da Imagem e Som de São Paulo e, nesse período, interessantes debates foram realizados com a presença da equipe e muitos dos 26 entrevistados participantes do filme.


No dia 28 do mesmo mês de março, a atriz Maria Eliza foi homenageada no edital de seleção e apoio da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo a projetos de circo e circenses. O “Edital Xamego” elencou os vencedores e uma das contempladas foi a Companhia Trupe Liuds de Circo, que vem apresentando o espetáculo “Mjiba, a boneca guerreira”, com destaque para o protagonismo negro em artes circenses. Os destaques de 2017, foram as participações no Circos – Festival Internacional SESC de Circo, em São Paulo, com três sessões no CineSesc, da rua Augusta, seguidas de mais exibições na SESC TV, via internet, e a estreia internacional do filme. Foram três exibições
realizadas no México, no mês de novembro, com participação no Festival Internacional Circo y Chou (com duas apresentações no Teatro da Aliança Francesa) e na Feira Internacional de Livro (no Foro-FIL-Niños), ambos em Guadalajara.


No primeiro semestre de 2018, o filme esteve em unidades do SESC de São Paulo e interior, integrou a programação do SESC TV, de Festivais de Palhaçaria Feminina e Fábricas de Cultura, seguido de bate-papos preciosos com crianças e adolescentes sobre o protagonismo feminino e negro nas artes. Nos anos seguintes, o filme seguiu sempre nas telas e até o momento passou em salas de 11 estados brasileiros – São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Paraíba, Alagoas – e também em Brasília, foi assistido por cerca de 7 mil pessoas, computando-se mais 2 apresentações nas salas mexicanas, retornando ao Teatro da Aliança Francesa e estreando no Patronato del Centro Histórico, também em Guadalajara. Em maio de 2018, celebramos a centésima sessão integrando a programação da Virada Cultural, no SESC Campo Limpo, com direito a bolo e velinhas. O filme foi apresentado no Shopping Frei Caneca dentro do projeto Afro-Educação, sendo assistido pelo segundo maior público do evento, em 10 anos de existência e no Teatro São Pedro em Porto Alegre, dando início a parceria com a PUC do Rio Grande do Sul. No ano de 2019, fez sua segunda viagem internacional, para Buenos Aires, integrando a programação do FITLÂ – Festival Itinerante de Teatro Latino-americano, no pulsante Centro Cultural Recoleta.


Dona Maria Eliza tem recebido homenagens que a deixariam muito orgulhosa: seu personagem Xamego batizou o Centro Acadêmico do Instituto de Artes da UNESP, na Barra Funda. Ela emprestará também o seu nome a uma das salas da Universidade do Estado do Amazonas – UEA em Manaus. Teve também por dois anos o seu nome na sala do curso de Artes Cênicas em Belo Horizonte, na Universidade de Minas Gerais. Não bastasse isso e as 140 exibições do documentário realizadas até agora, o Palhaço Xamego foi um dos 14 personagens escolhidos para a Exposição Palhaços Brasileiros, que ocupou em abril e maio uma das salas da Galeria Olido, no centro de São Paulo, onde fica a sede do Centro de Memória do Circo. Dona Maria Eliza era a única mulher representada pelos bonecos feitos com maestria pelo escultor João Goudinho. Ao lado do Xamego estavam Benjamim de Oliveira, Polydoro, Alcebíades, Chicharrão, Piolim, Arrelia, Pimentinha, Carequinha, Fuzarca, Torresmo, Pinguim, Picolino I e Picolino II – uma honra destinada a poucos artistas dos picadeiros nacionais. Em 2020, a história de Maria Eliza passa a integrar a programação do Canal Brasil, ganhando as telinhas nacionais e demais países de língua portuguesa, os quais o canal abrange. Foram várias exibições até esse mês de março de 2021. A partir de abril de 2021, o filme inicia um novo ciclo de exibições pelo país em plataformas virtuais, devido à pandemia de COVID-19. Participou dos festivais “II Festejo Raízes do Riso”, de São Paulo, da “Mostra Tudo em Família”, de Belo Horizonte e estreou em Manaus, na programação do Festival Lona Aberta, organizado pela Cacompanhia, no último dia 22 do mês. E vem recebendo convites para participar de eventos em Universidades, escolas e Instituições Culturais.

Deixe um comentário